Sobre nós

“O que Deus diminuiu nos nossos braços e pernas colocou na nossa cabeça e em nosso coração” — Dona Rosinha

A Associação Comunitária do Sítio Mocotó, foi fundada em 30 de maio de 1989 com o objetivo de mudar a realidade de um povo que sofria com o analfabetismo, a mortalidade infantil, a pobreza e o êxodo rural. A iniciativa partiu das irmãs Rosinha, Ceilda e Cileide (já falecida), portadoras de atrofia dos membros superiores e inferiores, que viram no crochê uma oportunidade de mudar suas vidas e as das pessoas do seu sítio. Partindo da criação de uma fábrica de redes e com o esforço de toda a comunidade conseguiram formar a Associação, que ao longo de sua história implantou outros projetos sociais no Sítio Mocotó, como projetos agrícolas, religiosos e que visam o tratamento da água local.

“Foi pela arte de crochetar que a comunidade cresceu. Dezenas de pessoas foram alfabetizadas, famílias melhoraram financeiramente e levamos o nome da nossa comunidade para todo o País.” — Dona Ceilda

A fábrica de redes e de peças artesanais de crochê é o carro-chefe da Associação que busca gerar ocupação e renda mantendo o foco na vocação local, caracterizada pela produção de redes bordadas, jogos americanos, tapetes, toalhas, colchas de cama e roupas de crochê.

Hoje, a fábrica possui dez associadas que divulgam suas peças em feiras, rodadas de negócios e redes sociais. A Associação teve seu trabalho reconhecido com exposição na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e recebeu do governo do Estado o Selo Ceart, que é uma garantia da autenticidade da produção artesanal e o reconhecimento das obras de arte popular.

Assim, a Associação Comunitária do Sítio Mocotó carrega uma longa história de supe-
ração tanto dos limites físicos de suas fundadoras, que mesmo com dificuldades idealizaram e concretizaram seu projeto social, como também superação das condições precárias de vida de toda a comunidade que hoje usufrui de uma boa qualidade de vida graças ao trabalhos desenvolvidos pela Associação.

“Foi pela arte de crochetar que a comunidade cresceu. Dezenas de pessoas foram alfabetizadas, famílias melhoraram financeiramente e levamos o nome da nossa comunidade para todo o País.” — Dona Ceilda

Através da então Associação Comunitária do Sítio Mocotó, foram desenvolvidos outros projetos sociais, a exemplo do Projeto São José, que viabilizou água potável e energia para os moradores. Segundo as irmãs, o analfabetismo foi erradicado na comunidade e com o trabalho artesão muitas das cerca de 300 pessoas da região conseguiram adquirir casas e veículos próprios além de enviar seus filhos para universidades.

Atualmente, 45 famílias estão ligadas, direta ou indiretamente, à produção das redes, que possuem um tempo determinado para ser feito. A rede artesanal leva três dias para ser bordada e desfiada, com uma fabricação quase totalmente manual, sendo feito somente 20% na máquina industrial.

Já a varanda leva no mínimo quinze dias para ser feita. A rede para ficar pronta passa pelas mãos de seis artesãs enquanto o jogo americano é fabricado em uma manhã. A produção da fábrica varia de acordo com a demanda podendo chegar a 300 peças por mês.

Por isso, a comunidade do Sítio Mocotó é hoje reconhecida como uma experiência de sucesso na construção de uma vida digna para os moradores de áreas rurais e se destaca no trabalho artesanal de produção de redes de dormir, principal atividade de geração de renda para as famílias atualmente.

As artesãs fundadoras herdaram o desejo por um bem coletivo do seu pai, que transformou a casa simples da família em um lar adaptado para as três filhas deficientes físicas. Essa atitude e exemplo aflorou a vontade das artesãs de também ajudar ao próximo e por isso seu projeto tornou-se conhecido mundialmente. A Associação ganhou inúmeros prêmios pelo seu trabalho voluntário e conseguiu transformar a vida de toda a comunidade.

“Me orgulho e me emociono quando relembro de como tudo isso começou. Muitas pessoas duvidaram do nosso potencial, até por sermos deficientes físicas, mas nós acreditamos e seguimos em frente. Hoje muitas famílias mudaram de vida, a comunidade evoluiu, a autoestima cresceu e o legado já está aí. É uma associação que acreditou, principalmente, na capacidade de cada uma das artesãs e hoje colhe frutos. Posso afirmar que o crochê, junto a força de vontade, mudou a vida de centenas de pessoas” — Dona Rosinha

Missão

• Promover o desenvolvimento do artesanato, através da produção de redes tradicionais com requente, visando atender ao desejo dos clientes.

Visão

• Ser reconhecidos pela excelência artesanal a produção de redes de dormir, cama, mesa e banho na esfera nacional.